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Desenferrujar

Janeiro 4, 2011

Há q’anos que eu não vinha cá. A verdade é que a minha promessa de escrever aqui pelo menos uma vez por mês entrou em conflito com a minha outra promessa de só escrever quando tivesse algo mesmo interessante para dizer. Entretanto fui contando as minhas façanhas, alegrias e tristezas pelo Twitter, que eu sou pessoa de poucas palavras e por isso normalmente só preciso de 160 caracteres para dizer o que me vai na alma.

Para além de andar a fazer trabalhos e mais trabalhos, e de ter passado as férias de Natal todas na faculdade num laboratório a cheirar a choco, nestes últimos meses tenho conhecido e ouvido bastantes bandas novas. Isto faz lembrar os primeiros tempos em que tive Internet em casa e descobria uma meia-dúzia de bandas fixes por dia. Já desde esses tempos que não ouvia música nova que me excitasse tanto como esta que surgiu no último ano. E é com esta sequência de ideias que chego ao objectivo deste post. Vou fazendo aqui uma listinha das coisas de 2010 que eu mais gostei, uma lista em contínuo crescimento. Para as três pessoas que ainda vêm cá ocasionalmente verem e dizerem “ai que lindo”. Vamos lá então.

 
Foals - Total Life Forever

Foals – Total Life Forever

Eu era uma daquelas pessoas que achavam que os Foals tinham um ou dois singles engraçados mas um álbum chato e repetitivo. Entretanto ouvi o novo álbum “Total Life Forever” e mudei radicalmente a minha opinião. Desde as primeiras notas da “Blue Blood” até ao final da “What Remains”, vai um álbum muito mais expansivo que o anterior, mais espaçoso e ambicioso. O Yannis Philippakis até canta e tudo. Melancólico mas dançável, este álbum aproxima-se da vontade que a banda tem de fazer ballet com beats.

 

Wild Nothing - Gemini

Wild Nothing – Gemini

Um dos aspectos que mais me agradam neste tipo de música revivalista é como as músicas são aparentemente alegres, mas têm um toque de nostalgia, de alguma tristeza que lhes dá outro tipo de profundidade. É o caso deste álbum, que retrata relacionamentos, férias de verão, coisas de adolescente, da forma mais inocente e bittersweet possível. Muitas partes do álbum fazem lembrar The Cure, e mais algumas bandas de dream pop dos anos 80, sendo uma homenagem às guitarras frágeis e ao uso e abuso de sintetizadores nas músicas dessa época.

 

Twin Shadow - Forget

Twin Shadow – Forget

Embora tenha chegado apenas no final do ano, gostei deste álbum logo na primeira vez que o ouvi. Também é revivalista dos anos 80 como o “Gemini”, mas através de uma esfera diferente, mais mexida e também mais madura. Chega a fazer lembrar disco e essas coisas todas. A “Castles in the Snow” e a “Slow” são singles óbvios, e destinados a ter sucesso. Mas o álbum não fica por aqui, tendo muitos outros destaques. Por exemplo, a intro misteriosa “Tyrant Destroyed” e a elegante “I Can’t Wait”. Oh, I can’t wait for summer…

 

Best Coast - Crazy for You

Best Coast – Crazy For You

Admito, este álbum é muito parvo. Baseia-se em rimas com crazy/lazy, guy/high e home/phone. Mas não faz mal. Há uma boa disposição tão grande no “Crazy For You”, uma simpatia tão omnipresente, que não se pode odiar este álbum. É daqueles álbuns que criam um dia radiante de sol dentro de um dia de inverno como o de hoje. Só dá vontade de pôr uns óculos de sol hipster e ir ali para a praia beber uma bejeca. Talvez num dia com melhor tempo.

 

Agora vou tentar ir acrescentando aqui mais álbuns que me vá lembrando para completar a lista. Não percam o próximo episódio, porque eu também não.

From → ai que bonito

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